terça-feira, 10 de junho de 2008

O Reino Proibido


O Reino Proibido, o filme que junta dois dos maiores nomes do cinema de acção e de artes marciais, é exactamente o que podíamos esperar dele. Não é isto que é necessariamente mau. É a expectativa em si, um filme descosido e com pontas soltas, sem grande enredo nem interesse, que se limita a explorar o valor dos nomes do seu cartaz e a sua capacidade para o cinema de acção. Nada em O Reino Proibido é novo. Em tudo temos a sensação de já ter visto algo semelhante. Desde O Tigre e o Dragão ou O Segredo dos Punhais Voadores, na forma como o cinema de Hong-Kong é reinventado e modernizado, até aos próprios filmes fundadores do género, que o inicio do filme homenageia. Há ainda a clara influência de toda a escola que apela à imaginação dos últimos anos. O Senhor dos Aneis e a sua Terra Média são referência notória nalguns recursos de história e mesmo um filme como O Último Grande Heroí, com Schwarzenegger, marca presença influente no início da história de O Reino Proibido.
A história conta-se em três tempos. Um adolescente americano viciado na cultura asiática de artes marciais, especialmente no seu cinema, é presença repetida numa loja ancestral chinesa em busca de novos filmes do género. Envolvido num assalto a essa mesma loja, vê-se portador de um bastão que o transporta para China Medieval, onde travará amizade com dois mestres de Kung-Fu que não só lhe ensinaram a lutar como o ajudarão na tarefa que descobre ter. Libertar o reino de um tirano opressor e resgatar o seu maior oponente, o Rei Macaco.
Todos os habitués que se repetem nos filmes de acção, estão aqui. O jovem fraco que aprende artes marciais e no fim derrota o seu adversário de sempre - herança perdida de Karate Kid -, a busca pelo bem com personagens estereotipadas e mesmo, qual clássico nos filmes que misturam épocas diferentes, o romance com uma personagem numa época que subitamente surge encarnada noutra pessoa numa época diferente. Há apenas dois pontos a conceder a O Reino Proibido. As boas cenas de acção - para alguma coisa, já que não foi para fazer um bom filme, havia de servir juntar Jet Li e Jackie Chan no mesmo ecrã - que denotam a experiência da coreografia e o óbvio talento dos actores e o facto de o filme abordar a imaginação e ilusório sem medo. O resultado final é uma história com tanto de desgarrado como de inconcluído, que não passará de mais um passageiro motivo de entretenimento fugaz.
Título: O Reino Proibido
Realizador: Rob Minkoff
Elenco: Jet Li, Jackie Chan, Michael Angarano, Yifei Liu, Collin Chou, Bingbing Li e Morgan Benoit
E.U.A., 2008.
Nota: 4/10

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