
Como caracterização biográfica de Jane Austen, ficamo-nos por esta romance adulterado, por um breve conhecimento do meio em que viveu a sua infância e por algumas breves iniciativas em explorar a sua formação como autora. Não há um aprofundar psicológico da mente escritora, nem dos seus motivos, nem da sua exploração pessoal do mundo literário. Nada. Apenas um romance que, quase por acaso, se passou – ou se terá eventualmente passado – com Jane Austen. Mas se não há agradáveis pormenores biográficos é exactamente porque o enredo assim o não quer. Prefere, ao invés, explorar a relação amorosa enquanto relação amorosa. Tudo recorrendo a previsíveis e cada vez mais maçadores clichés de época. A família de Jane empobrece, recebe uma proposta tentadora pelo seu casamento e é então que esta se vê confrontada com a necessidade de escolher entre o bem-estar económico da família e a sua felicidade.
Filmado num estilo de mini-série televisiva, sem qualquer diferença notória com o mais recente filme sobre a sua obra Orgulho e Preconceito, A juventude de Jane não chega a ser um mau filme. No fundo não chega a ser nada. Um filme bonitinho, com demasiadas boas intenções, bom guarda roupa e uma ou outra boa interpretação (como a de Maggie Smith), mas que explora mais o nome de Jane Austen do que propriamente a sua vida. Começa a não haver paciência suficiente.
Título: A juventude de Jane
Realizador: Julian Jarrold
Elenco: Anne Hathaway, James Mcavoy, Julie Walters, James Cromwell e Maggie Smith
Reino Unido, 2007
Nota: 4/10
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