sábado, 16 de junho de 2007

Favourite Worst Nightmare

Numa convenção com não muitos precedentes, tornou-se ponto assente na critica musical mundial que o segundo álbum de uma banda seria a sua prova de fogo, especialmente se o primeiro tiver sido um sucesso. Assim se tem passado ao longo dos últimos anos, com a constante evocação desta regra. E 2007, longe de ser excepção, parece ter-se assumido como o ano internacional da consumação dessa legislação musical. Arcade Fire, Bloc Party ou, agora, os Arctic Monkeys, são bom exemplo disso, num ano onde nomes para citar nunca andarão em falta.

Posto isto, cimentada a importância do tão ansiado segundo cd, resta falar do caso dos Arctic Monkeys. Á partida, estava tudo mal. O segundo cd quer-se de consolidação, e a banda de Sheffield traz-nos um trabalho de continuação imberbe. Por norma, há um período relativamente longo de introspecção e maturação entre os dois trabalhos, e os Arctic Monkeys, depois de em 2006 lançarem o megalómano Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not, libertam já em Abril de 2007 este Favourite Worst Nightmare. Como seria de esperar com eles, deu certo.

Este segundo álbum desfaria mais do que meras dúvidas musicais. Aclamados, apesar de serem alheios a esse meio, como a face do fenómeno MySpace, era a altura de se afirmarem como banda de música, mais do que como porta-estandarte de um movimento e de um tipo de comunicação e linguagem. Essa afirmação está feita. Os Arctic Monkeys são uma banda. Não são aqueles tipos da Internet. São a banda que, depois de arrasar os tops ingleses e europeus, está de volta. Ser jovem, imberbe e irresponsável é o novo preto. Está na moda.

Falando de Favourite Worst Nightmare propriamente dito, essa juventude é, uma vez mais, a grande virtude. Músicas rápidas, alucinantes, simples, meia bola e força. Se antes as parecenças com Franz Ferdinand e com um tom mais Pop-Rock dançante eram fulcrais, aqui fica-se com a sensação de que a coisa ficou mais séria. Ou pelo menso mais pesada. Cheira aqui e ali a crescimento. Sentem-se uns pelos da barba a nascer em forma de música mais arranjada e composta. Não se aconselha. Façam a barba, mantenham-se jovens. Mantenham-nos jovens. Foi por isso que surgiram.

Outra virtude que não lhes pode ser negada é a originalidade do seu som. Reconhecer de imediato o seu som, tornou-se uma das suas grandes conquistas. Tal facto sugere ainda que a banda padecerá doutro síndrome tão comum numa banda com um grande primeiro trabalho. O de se recriar continuamente, num ciclo fechado sobre si próprio, nunca mais realmente criando nada de original. Espera-se que não. Pior ou melhor, por enquanto só se lhes pede uma coisa. Juventude. Músicas como ”Brianstorm”, “D is for Dangerous” ou “Balaclava” fazem acreditar que rejuvenescer é possível

Título: Favourite Worst Nightmare
Autor: Arctic Monkeys

Nota: 7/10

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