sábado, 13 de outubro de 2007

Dumb Luck

Electrónica não é só música de dança nem batidas aceleradas de ritmo eléctrico. Já há muito que se percebeu isto e, na cena electro norte-americana, se há alguém que o percebeu, esse alguém é Jimmy Tamborello. Figura icónica e nome de referente no que à música electrónica diz respeito, os nomes artísticos com que nos chega vão variando – e com eles as experiências musicais. Já o vimos como James Figurine, conhecemo-lo essencialmente do trio The Postal Service e agora, pela segunda vez, chega-nos como Dntel, neste Dumb Luck.

Definir a música de Jimmy Tamborello é, em si, um problema. Primeiro porque a sua sonoridade vai variando ligeiramente de projecto para projecto. Segundo porque a sua música em si é, por vezes, de difícil definição. A crítica enquadra-o no que convencionou chamar Intelligence Dance Music. Tamborello prefere que digam que mistura Downtempo com Punk-Rock. Há quem se limite a considerá-lo uma das figuras de proa da Indie-Electrónica. Confuso? Não tanto como ficará ao ouvir a sua música.

À partida, a ideia até tinha a sua piada e esta subversão experimentalista de alguns conceitos da música electrónica até é bem-vinda. Só não é bem explorada. Sem o fulgor Pop dos Figurine nem a força identificativa dos Postal Service, nesta segunda versão dos Dntel a sua música limita-se a ser um apetrecho explorativo inconsequente. Uma colagem sem princípio nem fim que raramente chegam a formar uma música. “Roll On” é bom exemplo do contrário, de como há saída para o novelo presunçoso em que Tamborello se embrenhou. De resto, tudo soa mais a trabalho de casa do que a tese de mestrado. Algo que se tenta mas nada que se entregue para correcção.

Electrónica não é só música de dança nem batidas aceleradas de ritmo eléctrico. Mas também não é só pedantismo e alucinogénicos.

Título: Dumb Luck
Autor: Dntel

Nota: 5/10

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