
Muitos o quiseram aprisionar com o rótulo de World Music, mas até aí se revela a complexidade deste projecto. É sem dúvida um trabalho de forte influência cigana, a que não será alheia a sua experiência pelos Balcãs. A influência dessa zona traduz-se num ambiente festivo, circense, onde os instrumentos locais se fundem com a melhor tradição Pop. Mas é exactamente este carácter Pop, que Beirut extrai como ninguém dos ambientes étnicos, que lhe conferem um lugar em palcos mais amplos. Ou não fosse Zach Condon, o homem por trás de Beirut, dos Estados Unidos.
A este som magnifico e tão maduro não será estranho o trabalho de Owen Pallett, oriundo dos Final Fantasy, nos arranjos. A isto junte-se a voz melancólica e ressacada de Condon, a sua lírica poética, as melodias soberbas e o toque único que os instrumentos tradicionais conferem. Assim se conseguem músicas soberbas como “Nantes”, uma das melhores músicas de 2007. Mas há mais. Há “A Sunday Smile” ou a majestral “Cliquot”, que são apenas pontos mais altos num cd de qualidade altissima. Kusturica percebeu a pertinência deste som mas ninguém como Beirut soube levá-lo tão a sério.
Título: The Flying Club Cup
Autor: Beirut
Nota: 8/10
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