quinta-feira, 19 de julho de 2007

Die Hard 4.0


Há actores assim. Por mais que se mostrem noutros papeis, haverá sempre este género muito seu onde se sentem em casa. Este subtipo de herói de acção muito em voga, sempre com a arma numa mão e a ironia na outra, que tanto dispara tiros mortíferos como tiradas certeiras. Bruce Willis é caso exemplar. Como o são Will Smith ou o Stallone do melhor Rocky. Mas Bruce Willis, muito como Stallone, é mais do que um herói de acção, é uma personagem. John McClane neste caso.

Começar o filme por Willis torna-se crucial na medida em que é mais do que à volta dele que roda o filme. Ele é o filme. Ou pelo menos o que o filme tem de bom. Quer Bruce Willis, quer John McClane. Bruce Willis como um actor experiente, mas acima de tudo, inteligente na forma como se apercebe de que envelheceu. Não há um Rocky que luta a par e passo com um lutador 20 anos mais novo. Há um homem empenhado em levar a sua até ao fim, que sangra, geme, e já não tem a agilidade de outros tempos. E há ainda John McClane, um herói dos mais humanos que a história recente do cinema de acção viu.

É para John McClane que todo o filme é feito. O terrorismo da era tecnológica encontra oposição num duro da velha guarda, que ainda ouve o seu Rock milenar, ainda usa a piada contra tudo e todos, ainda enfrenta o mundo como em Assalto ao arranha-céus, de peito cheio e cara erguida. É para ele, para que as suas piadas resultem, para que a parafernália de piruetas, explosões e aventuras desmedidas se proporcionem, para que se volte a ouvir, uma vez mais, o já famoso “Yippi-kay-ay, que este filme é feito.

O resto, tristemente, é o que já se esperava deste verão repleto de sequelas e deste cinema pipoqueiro e imediatista que a ninguém parece agradar nem incomodar. Mais um filme, apenas mais um, que jamais sobreviverá para lá do culto do cinema de acção ou do fascínio que os primeiros episódios da saga poderão ter suscitado. Também já se suspeitava que Len Wiseman não é John McTiernan e o filme não faz mais do que vir confirmar essa tese, repetindo absurdas cenas de adrenalina injectada contra-vontade.

Chega-se mesmo a um ponto em que se torna possível um não tão pequeno Top de malabarismos bem para lá do impossível. Não nos esqueçamos que não é de Matrix que falamos. É de Die Hard 4.0. Um clássico filme de acção onde um bando de hackers bem armados se resolve a destruir o sistema informático base da administração norte-americana, atacando transportes, comunicação e electricidade. Resta ao mundo que haja sempre um herói disponível. E este é dos bons. Yippi-kay-ay, motherfucker.

Título: Die Hard 4.0
Realizador: Len Wiseman
Elenco: Bruce Willis, Timothy Olyphant, Justin Long, Maggie Q, Cliff Curtis e Mary Elizabeth Winstead.

Nota: 4/10

1 comentário:

B. disse...

Grandes cenas de acção num filme fraco.

Die Hard 1, excelente filme, Die Hard 2, fraco, Die Hard 3 muito bom novamente, e este é o que é...Será que o 5 sobrevive?

Como disse o Willis no Jay Leno, "o próximo filme chamar-se-à "rebenta com tudo o que te aparece à frente"".

O "Unbreakable" explica bem o que o Willis é para nós, um senhor duro, com imenso charme nas piadas, irónico, e que ninguém consegue mandar abaixo, é um pequeno pilar indestrutível.

Espero que o Indiana Jones 3, evite estas sequelas fracas, e se torne novamente num dos melhores filmes de aventura/acção alguma vez feitos, tal como foram as suas prequelas...

PS: espreita isto:
http://mftm.blogspot.com/2007/05/john-rambo-2008-production-trailer.html

é o trailler de produção do Rambo IV...que horror de violência, modo Mel Gibson, sangue e pouco mais. Mais um, apenas mais um...