segunda-feira, 7 de abril de 2008

Kumpania Algazarra

Se todos nos queixamos que a música portuguesa é, demasiadas vezes, um misto entre uma repetição sem sentido de modelos que já experimentou e uma cópia de importações duvidosas que se fazem a granel, então temos a obrigação de receber a preceito quem disso se afasta. Embora, lá por fora, nos queiram enclausurar musicalmente no género World Music - Mariza e Rodrigo Leão são os mais famosos premiados portugueses do género -, a verdade é que mesmo nesse género não abundam os projectos de referência e que tenham trazido uma verdadeira novidade à música nacional. Contrariando tudo o que disse neste parágrafo, estão os Kumpania Algazarra.
Composta por 9 músicos, a banda oriunda de Sintra é conhecida dentro de alguns círculos pelos seus concertos intensos, vibrantes e frenéticos. Misturam-se com o seu público, contagiam-no e fazem da sua música uma mensagem e uma atitude. Kumpania Algazarra é a impossibilidade física de estar parado. É o som improvisante e festivo de um casamento cigano dos mais profundos balcãs misturado com os rabos irrequietos de um baile funk brasileiro. Há uma festa contagiante em cada tema, remetendo cada um para um ambiente diferente. Ora um festim no deserto, ora um copo num bar chillout citadino, ora o ritmo próprio de alguns amigos que se juntaram apenas pelo prazer da festa.
Peca Kumpania Algazarra, o álbum homónimo da banda que agora é lançado, exactamente por se distanciar da imagem física e presente que temos da banda. Não é possível gravar num estúdio a força do movimento de um concerto. Ainda assim, em Kumpania Algazarra está presente o que de melhor a banda tem. O movimento, a atitude, a novidade, a irrequeitude, a mistura. Desde o toque Inspector gadget a enriquecer as referências Pop de "Almighty Love" à festa Kusturikiana de "Supercali", a festa é constante e contagia. Casamento cigano que se preze tem três dias.

Título: Kumpania Algazarra
Autor: Kumpania Algazarra

Nota: 7/10

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