
Se repararmos que produz nomes como Lily Allen, Robbie Williams ou Amy Winehouse, e lermos o som do álbum à luz disso, percebemos a sua importância no som desses mesmos nomes e vemos em Version um exercício de trazer outros registos para o tipo de som Pop que nos habituou nas suas produções. Version funciona, em certa medida, como uma espécie de Sunny Side of the Moon, de Richard Cheese, mas menos conceptual e menos focado num só género. Version é música Pop, misturada ora com ritmos latino-americanos, ora com elementos mais tradicionais do Pop-Rock tipicamente britânico, mas tendo sempre em vista a procura de um som cristalino, depurado e profundamente bem disposto. Marc Ronson rouba algumas músicas e confere-lhes vida, animação e, nalguns casos, quase um poder dançante onde sempre julgámos tal ser impossível.
O problema de Version é a sua desigualdade. Algumas músicas são ponto alto na capacidade do cover, outras são simplesmente versões razoavelmente bem conseguidas. Mas o que é bom, é mesmo bom. Como a versão de "God Put a Smile Upon Your Face", dos Coldplay, que aqui surge em instrumental com ar glamoroso e esquecendo a sua origem delicodoce e depressiva. Depressiva também era "Stop Me If You Think You Heard This One Before", o clássico dos Smiths que aqui aparece em versão discoteca de verão, numa espécie de Extreme Make-Over que a música já precisava. Amy Winehouse canta "Valerie", dos Zutons, numa música que parece extraída directamente do seu álbum de sucesso e "Oh My God" abandona os Kaiser Chiefs para ganhar contornos de Hip-Hop feminino. E há ainda algumas versões instrumentais em tom Jazzy que completam o bouquet com qualidade. Mas depois há momentos como "Toxic", da decadente Britney, cuja versão de Ronson cumpre apenas requisitos mínimos. Contentemo-nos com o que de melhor Version tem que não é, em verdade, pouco.
Autor: Marc Ronson
Nota: 7/10
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