
Nada contra a música feita em torno de um poema musicado com uma simples guitarra clássica e misturado com sons tradicionais, pescados entre Brasil e Cuba. O que se torna perturbante é a falta de capacidade de recriação de Luís Represas, constantemente a insistir na mesma tecla, permanentemente a fazer mais do mesmo, sempre as mesma composições, sempre as mesmas influências cubanas, sempre a mesma planura nas suas melodias que, se um dia foram atraentes, agora tornam as músicas apenas objectos indistintos que corremos um leitor sem nos apercebermos que vão passando.
Em Olhos nos Olhos, temos participações da brasileira Simone ou Liuba Maria Hévia, na voz, e de Margarida Pinto Correia ou João Gil, na escrita. Temos 11 originais - que podiam ser 13 ou 14, nunca daríamos pela diferença - e uma versão de "Colibri". É pouco, muito pouco, para um das supostas figuras de proa da música Pop portuguesa. Não há ternura que resista a tantos anos de repetição ad eternum. Já não há o fulgor dos anos dos Trovante, já não há a imaginação dos primeiros anos a solo, ficou apenas o pior de Represas, o seu lado mais aborrecido e cinzentão. Já batemos no fundo, agora resta esperar por um renascimento.
Título: Olhos nos Olhos
Autor: Luís Represas
Nota: 3/10
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