Ainda 2007 não tinha chegado ao fim, e isto já se estava mesmo a ver. Ainda Amy Winehouse rejubilava com os vários prémios que recebia e já várias sucedâneas se colocavam em linha para a sua oportunidade. Rei morto, rei posto. Sempre foi e continua a ser, cada vez mais, o maior lema da música. Especialmente quanto a divas diz respeito. Amy Winehouse era a nova-quase-tudo, cuja voz era inigualável e trazia de volta o blues dos anos 60 como mais ninguém conseguiria. Tudo muito bem, mas já cá está outra que faz o mesmo. A vida é tramada mas é mesmo assim.
Duffy é a menina que se segue na parafernália de elogios, comparações e histórias em revistas de cabeleireiras. É a nova Joss Stone, a nova Dusty Springfield e, claro, a nova Amy Winehouse. Podia ser pior. Duplamente pior. As comparações podiam ser piores e a comparada podia ser pior. Tem o lado new-blues de Joss Stone, procura a pureza de Springfield e vive, para já, na sombra de Winehouse e do filão que a mesma voltou a abrir. Não tem o lado Jazz da primeira, a qualidade da segunda, e o anti-charme funcionante da última. Tem uma boa voz, ninguém lha tira, mas nem essa, para já, parece conseguir impor-se a nenhuma das referências que traz.
É impossível negar quer a qualidade da voz de Duffy, quer o seu timbre blues que encaixa, como quase sempre, bem no seu look feminino. Tal como algumas músicas tem um certo charme feminino que, estando muito longe de ser novo, ainda vai funcionando. Há um ou outro pormenor que nos faz desejar um novo álbum, um tira-teimas, uma coisa a sério que não este esgotar do modelo. Mas também há muito "mais do mesmo" que nos faz implorar que a fase pós-Winehouse se esvaia rapidamente e se esgote nas 4 ou 5 wannabe's que, inevitavelmente, aparecerão. Para saber se Duffy é nome dos novos Blues ou marca de um novo mercado, Rockferry não é suficiente. Esperemos.
Título: Rockferry
Autor: Duffy
Nota: 5/10
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