A história da artista que dá pelo nome de Brisa Roché é bem sabida. Filha de hippies americanos, é em Paris que matura o seu crescimento musical antes de em 2006 lançar o seu trabalho de estreia, The Chase, repleto de Jazz como porta confluente para os sons que a bela californiana compunha. Se em The Chase a sua sonoridade se aproximava levemente de cantoras como Norah Jones, no novo Takes, Brisa Roché volta a sua atenção para terrenos mais variados, ainda que nunca esqueçamos que é no jazz que mora uma das suas maiores influências.
De Norah Jones, contudo, e apesar de não gostar da associação, parece ter guardado o pior. Tal como Not Too Late, o ultimo trabalho de Jones, Brisa Roché junta em Takes um conjunto de canções cuja sequência lembra uma simples colectânea de passar o tempo em longa viagem familiar. A pouca produção que o disco aparenta confere-lhe um toque simples e caseiro cujo calor e tranquilidade é de facto transmitido. Mas quase não deixa a música aspirar a mais que mero actor secundário ambiental.
Nem tudo são pontos negativos no segundo trabalho da norte-americana. Para além da sua vertente Jazz, sentimos aqui cheiros fugazes de momentos Folk, orquestrados por uma subtil e harmónica Pop estilo Au Revoir Simone. Isto quando as músicas se permitem a sobressair. Como acontece em “Breath in, Speak out”, panfleto pós-Au Revoir Simone. Ou em “Hand on Steel”, uma das razões para as comparações constantes com Norah Jones. “Egyptian” traz um final engraçado e “The Choice” vem na mesma saga, mostrar que devemos, em verdade, poder esperar mais de Brisa Roché.
Brisa Roché não é mais um caso de uma artista bela que viva à conta do seu corpo, inegavelmente belo. É uma bela artista que consegue em Takes um álbum agradável mas que peca, em demasia, por ser redundante e inoperante. Takes fica entre um esboço de um bom trabalho que poderia ter sido e a banda sonora de um filme de sessão continua. O travo amargo da falta de memória do disco leva o adoçante da esperança de melhores dias.
Título: Takes
Autor: Brisa Roché
Nota: 5/10
De Norah Jones, contudo, e apesar de não gostar da associação, parece ter guardado o pior. Tal como Not Too Late, o ultimo trabalho de Jones, Brisa Roché junta em Takes um conjunto de canções cuja sequência lembra uma simples colectânea de passar o tempo em longa viagem familiar. A pouca produção que o disco aparenta confere-lhe um toque simples e caseiro cujo calor e tranquilidade é de facto transmitido. Mas quase não deixa a música aspirar a mais que mero actor secundário ambiental.
Nem tudo são pontos negativos no segundo trabalho da norte-americana. Para além da sua vertente Jazz, sentimos aqui cheiros fugazes de momentos Folk, orquestrados por uma subtil e harmónica Pop estilo Au Revoir Simone. Isto quando as músicas se permitem a sobressair. Como acontece em “Breath in, Speak out”, panfleto pós-Au Revoir Simone. Ou em “Hand on Steel”, uma das razões para as comparações constantes com Norah Jones. “Egyptian” traz um final engraçado e “The Choice” vem na mesma saga, mostrar que devemos, em verdade, poder esperar mais de Brisa Roché.
Brisa Roché não é mais um caso de uma artista bela que viva à conta do seu corpo, inegavelmente belo. É uma bela artista que consegue em Takes um álbum agradável mas que peca, em demasia, por ser redundante e inoperante. Takes fica entre um esboço de um bom trabalho que poderia ter sido e a banda sonora de um filme de sessão continua. O travo amargo da falta de memória do disco leva o adoçante da esperança de melhores dias.
Título: Takes
Autor: Brisa Roché
Nota: 5/10
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