segunda-feira, 18 de junho de 2007

The Long Term Physical Effects Are Not Yet Known

Depois de Rush, o prolifero músico sueco (8 álbuns desde 1996) chega a 2007 com o álbum The Long Term Physical Effects Are Not Yet Known. No mundo dos ambientes e dos sintetizadores, Jay Jay Johanson é rei e senhor e é, mais uma vez, essa faceta que descobrimos, num percurso que caminha cada vez menos pela Pop e cada vez mais pela emoção do som do Synth-pop.
The Long Term… é banda sonora do princípio ao fim. Boa banda sonora. O seu defeito é não ser de um só filme. Há um épico, há tragédia, há jorrar de emoções em filme de Sofia Coppola. Mas também há musica de fim de baile de finalista dos anos 80, há o final de um romance hollywoodesco que tarda em passar.
Johanson consegue a melhor e a pior melancolia. A pensativa e soturna mas que emerge em pulsares emotivos e épicos; e a lânguida e arrastada, não frutífera. Curiosamente tudo isto está espelhado no próprio trabalho que parece dividir-se ele mesmo numa primeira metade de qualidade superior e numa recta final onde nada de novo é dito, tudo parece ter-se esgotado no principio.
Ainda assim, salvaguarde-se que, com Johanson, o que é bom é mesmo bom. É pena é o que sobre, o mais ou menos. Falemos então do retrato doloroso de “She doesn’t live here anymore”, do arrebatamento quieto de “Time Will Show me” ou da perseguição Pop de “Rocks in Pockets”. Ou falemos de cenas de amor de um filme clássico em “Only For You”. Ou falemos de “As Good As It Gets”, onde o Jazz encontra a canção, onde Saint-Germain se torna cantor de salão, onde o cinema se materializa numa pauta.
Jay Jay Johanson assina um bom trabalho em The Long Term…, ainda que pareça prolongar-se em demasia. Sabemos que o permanecerá será a sua melhor parte e é dessa que desfrutamos quando o ouvimos. Há calor no Inverno mais profundo da Suécia.

Título: The Long Term Physical Effects Are Not Yet Known
Autor: Jay Jay Johanson

Nota: 7/10

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